Morte dos peixes está relacionada à onda de calor; nesta manhã (15), a administração municipal recolheu mais de 200 peixes
16/11/2023 às 10:24

“Vi mais de 300 peixes mortos”. Esse é o relato do administrador de empresas e maratonista Romeu Drumond Caldeira, de 50 anos, que corre pela orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, desde 2016. Nesta quarta-feira (15) foi surpreendido por um cheiro muito forte e por centenas de animais sem vida em um dos principais cartões postais da capital mineira.
Ele, que pratica o esporte no local três vezes na semana, contou que treinou por oito quilômetros pela manhã. “O percurso que fiz foi do Marco Zero, próximo à Toca da Raposa I, até a Igrejinha, próximo ao Parque Guanabara. Nesse percurso, vi inúmeros peixes mortos”, contou.
Foi na mesma região percorrida por ele que a equipe da Itatiaia acompanhou o trabalho de funcionários da Prefeitura de BH. Perto da Igreja da Pampulha e do Parque Guanabara, os funcionários trabalhavam em um bote, e afirmaram que mais de 200 peixes mortos tinham sido recolhidos só no período da manhã.
A Prefeitura de BH informou que, na segunda (13) e na terça (14), foram recolhidos mais de 300 peixes mortos na orla.
Quem passa pela Lagoa percebe a água bastante verde e com nível mais baixo que o habitual. Há, também, bastante lixo acumulado nas margens, assim como folhas, se misturando aos peixes.
Onda de calor provoca mortes
Ricardo Aroeira, Diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da capital, explicou em entrevista à Itatiaia que a morte dos peixes está relacionada à onda de calor. Além das altas temperaturas, está chovendo pouco na cidade e a água no reservatório baixa, o que faz os poluentes ficarem muito concentrados.
“Sem as chuvas significantes, temos um volume menor de água na lagoa e uma maior concentração de poluentes. Isso faz com que o oxigênio na água diminua, podendo levar à morte dos animais”, acrescentou.