Mulher é presa suspeita de falsificar laudos em indenizações da barragem de Brumadinho

Mulher emitia laudos de estresse pós-traumático para moradores do município que não eram vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho

Suspeito é preso pela Polícia Militar

Uma mulher de 28 anos foi presa nesta quarta-feira (12) suspeita de ter falsificado documentos e laudos médicos para apresentar como provas em ações que buscavam indenizações relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho. A prisão faz parte da operação Hipócrates deflagrada pela Polícia Civil, que também cumpriu mandados de busca e apreensão.

Segundo informações da corporação, as autoridades começaram a desconfiar do esquema quando perceberam que tinham muitas ações com laudos idênticos, com o mesmo teor e com o mesmo CID. “Os documentos reportavam alta incidência de stress por traumas decorrentes do rompimento da barragem. Mas, verificamos com diversos médicos e não batia esses CIDs”, explicou o delegado da Divisão de Combate à Corrupção e Fraudes, Magno Machado.

As investigações apontaram que o esquema funcionava da seguinte forma: a suspeita, que trabalhava em duas clínicas médicas, recebia o encaminhamento de pacientes por advogados. E, essas pessoas faziam uma consulta médica e uma consulta psicológica de 10 minutos por telefone e, em seguida, já recebiam o laudo de estresse pós-traumático.

“Sendo que muitas dessas pessoas que ingressaram com as ações judiciais, quando fomos fazer a oitiva delas na delegacia, essas pessoas nem conheciam ninguém na barragem. Apenas moravam em Brumadinho, do outro lado da cidade, e diziam estar com estresse pós-traumático e sem condições de trabalhar”, revelou o delegado.

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Durante as ações de busca e apreensão na casa da suspeita, foram encontrados blocos de receita azul já assinados e folhas em branco somente com as assinaturas e carimbos dos médicos. “Ela colocava as folhas na impressora e imprimia esse laudo. Agora, ainda precisamos verificar qual foi e se há participação dos médicos, ou se as assinaturas foram falsificadas. Se há participação dos psicólogos e se há participação dos advogados também”, considerou.

Apesar da situação ainda estar em investigação, a PC informou que já conseguiu depoimentos de psicólogos que confessaram que preenchiam o formulário e mandavam o resultado laudo médico para clínica sem ter tido contato co o paciente.

Texto: Ana Luisa Sales/ Itatiaia