Fechar

Febre entre os jovens: ‘Rolezinho de bike’ acaba em tragédia e deixa menino de 12 anos gravemente ferido

Participantes dessa prática de risco costumam exibir esfolados e escoriações como se fossem troféus.

O ‘rolezinho de bike’ está se tornando a mais nova e perigosa moda entre os adolescentes. Na internet, circulam diversos vídeos de jovens realizando manobras radicais no meio do trânsito e entre carros, sem qualquer equipamento de segurança. E, para piorar, arranhões e ferimentos são exibidos como troféus por quem pratica essa atividade de alto risco.

Na vida real, as consequências podem ser muito mais graves do que simples arranhões. Érica Silva, servidora pública e moradora de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, viveu um susto com seu filho de 12 anos. O adolescente, que acompanha páginas de manobras radicais de bicicleta nas redes sociais, se arriscou ao andar em uma bike sem freios com amigos. Durante a brincadeira, perdeu o controle, colidiu com um muro e sofreu múltiplas fraturas, sendo levado diretamente ao Hospital João XXIII.

Preocupada, Érica alerta outros pais: “Ele acompanha esses grupos, mas não participa porque eu não permito e não concordo. Ele só tem 12 anos, e acho que esses espaços são mais para adolescentes mais velhos – não é um ambiente adequado para ele. Por isso, peço que outros pais fiquem atentos com seus filhos”, desabafa a mãe.

Érica alerta sobre a participação de crianças em movimentos de risco

Érica expressa preocupação com a quantidade de crianças envolvidas em encontros perigosos. “Há muitos filhos de outras mães que nem sabem que estão participando dessas reuniões de alto risco. Elas se expõem ao perigo, podendo se ferir, machucar outras pessoas, perder a vida ou até prejudicar a vida de outros jovens, filhos de pais que poderiam estar no meu lugar agora”, afirma ela, ao relatar a situação do próprio filho.

Jovem sofre múltiplas fraturas em acidente de bicicleta e luta para se recuperar

Há 12 dias internado no hospital, um adolescente vítima de um grave acidente de bicicleta ainda não tem previsão de alta. Segundo a mãe, ele sofreu politraumatismo craniano e facial, com fraturas no osso orbital (abaixo do olho), mandíbula, maxilar e fêmur.

“Ele ainda se alimenta com comida pastosa, pois não consegue mastigar devido às fraturas na face. Também não recebeu alta neurológica. Os médicos dizem que, na situação dele, é um milagre”, relata a mãe, que agradece a Deus pela sobrevivência do filho.

Aumento de acidentes graves com jovens ciclistas

Somente em 2024, o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, atendeu 182 jovens entre 12 e 19 anos vítimas de acidentes de bicicleta. Em 2023, foram 553 casos. Segundo especialistas, a imprudência e a alta velocidade estão tornando as lesões cada vez mais graves.

O cirurgião de trauma Paulo Correa alerta:
“As principais lesões são traumatismo cranioencefálico, fraturas e traumas músculo-esqueléticos. No abdômen, há risco de lesões em órgãos como baço e fígado. São situações que exigem atenção imediata devido ao risco de sangramento e sequelas permanentes, como danos cerebrais ou na coluna.”

O caso reforça a importância do uso de equipamentos de segurança, como capacetes, e da conscientização sobre os riscos de excesso de velocidade.

error: Content is protected !!
Rolar para cima