Filhos descobrem herança de 32 milhões, mas que não vale nada: ‘não quis mexer com banco’

Irmãos são moradores de Araguaína, no norte do Tocantins e encontraram as moedas antigas após o falecimento do pai; na conversão atual, dinheiro vale R$ 0,01

No norte de Tocantins, uma pequena cidade de menos de 200 mil habitantes de Araguaína, no norte do Tocantins, Waloar Pereira Magalhães e os irmãos encontraram uma ‘herança’ de 32 milhões, guardada. O dinheiro foi escondido pelo falecido pai deles em uma mala escondida no quarto. Porém, o dinheiro é do século passado.

Segundo os filhos, o pai guardou o dinheiro por falta de confiança nos bancos, assim, Paulo Abreu passou a guardar seu dinheiro em uma ‘poupança física’ durante anos, segundo a família. As economias só foram encontradas após a morte do pai aos 77 anos, em 2012.

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“O papai já era uma pessoa idosa e não quis mais mexer com o banco, né? Mas nós não sabíamos que ele guardava daquele tanto [de dinheiro], não”, contou Waloar Pereira Magalhães, um dos filhos de Paulo, ao g1.

Waloar conta que o pai também tinha o hábito de guardar moedas que ficavam à mostra, em uma mesa dentro do quarto.

“As moedas, ele botava em um vidro aberto, todo mundo via dentro de casa. Tem até moeda de duzentos réis, de quatrocentos réis. Toda moeda que ele trazia da rua, jogava lá dentro. Moeda velha, moeda antiga. Papai é de 1937. As moedas, nós sabíamos, mas o dinheiro, não”.

As cédulas de dinheiro estavam em uma mala que só foi encontrada pelos filhos após a morte de Paulo. A herança é composta por notas e moedas do Cruzado, que circulou no país entre 1986 e 1989. Depois do Cruzado, vieram o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro (1990-1993), o Cruzeiro Real (1993-1994) e, finalmente, o Real. De acordo com o filho, Paulo Abreu trabalhou em garimpo, atuou como dentista e chegou a construir e vender casas em Araguaína. O idoso não tinha costume de gastar muito dinheiro.

Cédulas de Cruzados feitas pelo Banco Central do Brasil.