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Gripe aviária no Brasil: quais os riscos? Preciso parar de comer carne de frango e ovos?

Brasil registra primeiro caso de gripe aviária em granja comercial e sofre impacto nas exportações

O Rio Grande do Sul confirmou, nesta sexta-feira (16), o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial do Brasil. O caso já traz repercussões econômicas, como a suspensão temporária das importações de frango brasileiro pela China, maior comprador do produto, por 60 dias. A situação também levanta dúvidas entre os consumidores: há risco no consumo de carne de frango e ovos?

A Influenza Aviária (IA), também chamada de gripe aviária, é uma doença contagiosa que afeta aves e, em casos raros, pode atingir mamíferos, incluindo humanos. No entanto, a transmissão para pessoas é incomum e ocorre apenas por contato direto com animais infectados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus não se espalha facilmente entre humanos, e os casos de contágio entre pessoas são ainda mais raros.

Os profissionais que trabalham diretamente com aves, como tratadores, granjeiros e veterinários, são os mais expostos ao risco. Por isso, o controle da doença nos animais é crucial para evitar surtos. A OMS reforça a necessidade de coordenação entre os setores de vigilância animal e humana para garantir uma resposta eficaz.

Enquanto as autoridades monitoram a situação, especialistas afirmam que o consumo de carne de frango e ovos adequadamente cozidos e processados segue seguro para a população.

Consumo da carne de frango
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.

Manifestações clínicas
Podem ocorrer desde um quadro de infecção respiratória leve até a progressão rápida para desconforto respiratório, pneumonia grave e óbito. Os sintomas iniciais comuns são febre alta (maior ou igual a 38°C) e tosse seguida de desconforto respiratório. Dor de garganta ou coriza, são menos comuns.

Outros sintomas como diarreia, vômito, dor abdominal, sangramento do nariz ou gengivas, encefalite e dor no peito também foram relatados no curso clínico de alguns pacientes.

As complicações da infecção incluem pneumonia grave, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos, choque séptico e infecções bacterianas e fúngicas secundárias.

Transmissão da doença
As aves, quando infectadas, podem disseminar vírus através da saliva, secreções de mucosas e fezes. A infecção se dá tanto pelo contato direto (respirar o vírus contido em gotículas ou partículas transportadas pelo ar) ou pelo contato com superfícies contaminadas por ave infectada e depois tocando seus próprios olhos, boca ou nariz.

Transmissão de pessoa para pessoa: a propagação do vírus H5N1 entre humanos, pelo contato próximo prolongado e desprotegido, tem sido relatada muito raramente, sendo limitada, ineficiente e não sustentada.

Como é o tratamento da doença
Em casos suspeitos, prováveis ou confirmados, é indicada a prescrição do medicamento antiviral, fosfato de oseltamivir, o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O tratamento oportuno com antiviral pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, agravamento da doença.

O tratamento é recomendado por um período mínimo de cinco dias, mas pode ser prolongado até que haja melhora clínica; o tratamento deve ser recomendado independentemente da situação vacinal, mesmo em atendimento ambulatorial.

Prevenção e controle
Considerando que a forma de transmissão primária da IA para humanos se dá pelo contato direto ou indireto com aves infectadas (doentes ou mortas), as principais medidas de prevenção ao contágio dizem respeito à restrição desse contato.

Dada a extensão e frequência observadas de casos de influenza aviária em aves silvestres, o público em geral deve evitar estritamente o contato com aves doentes ou mortas e deve relatar às autoridades locais de meio ambiente, saúde ou agricultura.

* Com informações dos ministérios da Sáude e da Agricultura e Pecuária

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