Operação mira 21 suspeitos de envolvimento em ‘tráfico delivery’ no Aglomerado da Serra

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na região e em quatro cidades da Grande BH

Foram apreendidos cerca de 12 kg de maconha, cinco celulares e materiais do uso do tráfico (Fernando Michel/ Hoje em Dia)

Uma operação da Polícia Civil identificou na manhã desta quarta-feira (17) 21 suspeitos de envolvimento no esquema de tráfico de drogas “delivery” sediado no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Treze mandados de busca e apreensão foram cumpridos no ‘Serrão’, na comunidade ‘Pau Comeu’, no bairro São Lucas, e em quatro cidades da região metropolitana.

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Pelo menos 80 policiais civis entraram nas vielas das favelas do “Serrão” e do “Pau Comeu”nesta quarta-feira (17). Um olheiro do tráfico no local foi preso após avisar os bandidos da presença dos agentes na região. Também foi detida a esposa de um dos suspeitos, que ficou no local do flagrante após o companheiro fugir.

Foram apreendidos cerca de 12 kg de maconha, cinco celulares e materiais do uso do tráfico, como uma máscara utilizada para esconder a identidade dos envolvidos.

De acordo com o delegado Rodolfo Tadeu Machado, do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), a polícia tem conhecimento de que o Complexo da Serra avança na Grande BH, assumindo controle de pequenos grupos da capital em Contagem, Betim, Sabará e Ribeirão das Neves.

A investigação ocorre há um ano e foi “reforçada” após a morte do suposto líder do esquema. Segundo Machado, o grupo vende como varejo ou atacado e as entregas ocorrem geralmente por delivery.

“O usuário entra em contato com os traficantes através do WhatsApp e encomenda a droga. Eles fazem entrega por motoqueiro em quantidades menores, o que dificulta o trabalho da polícia, porque essa compra e venda em quantidades pequenas faz com que o traficante se passe por um mero usuário sendo que existe toda uma estrutura de tráfico de drogas por trás”, afirmou o delegado.

Ainda conforme o delegado, a polícia investiga a conexão do tráfico no Complexo da Serra com facções de nível nacional e fora do país, já que na Grande BH não há lotes de produção de droga em grande escala. “A grande maioria dos entorpecentes apreendidos vem de países limítrofes, do Sul do Brasil e de canais de transporte de drogas, como a “rota caipira”

A rota caipira tem relação com o crime organizado de São Paulo, berço do Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Se a apuração apontar para essas conexões, trocaremos informação com as polícias federal e de fora do Estado”, afirmou o delegado.