Entidade que representa empresas de transportes de combustíveis estima que 800 caminhões estejam fora de operação
Publicado em 21/10/2021 as 13:12
Por walisson silva
Tanqueiros fazem paralização em Minas Gerais contra os aumentos nos preços dos combustíveis — Foto: Divulgação/Sinditanque-MG
Caminhoneiros transportadores de combustíveis e derivados de petróleo de Minas Gerais fazem paralisação desde a zero hora desta quinta-feira (21). De acordo com o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sinditanque-MG), todas as transportadoras estão paradas, sem previsão de retomada das atividades. A entidade estima que 800 caminhões estejam fora de operação.
Há uma concentração de caminhoneiros na portaria da BR Distribuidora, ao lado da Refinaria Gabriel Passos (Regap), e das principais distribuidoras de combustíveis, como Shell, Ipiranga e Ale, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não há bloqueio de rodovias.
“Nós não aguentamos mais as altas dos combustíveis. Óleo diesel representando quase 70% do valor do frete. Transportadoras estão quebrando. Pedimos a sensibilidade do governo, mas o governo não está se importando com essa categoria. Então estamos em greve, com os braços cruzados, até que o governo se sensibilize e olhe para essa categoria”, afirmou o presidente do Sinditanque-MG, Irani Gomes.
Dois caixões simbolizando “a morte do frete” foram colocados na entrada de BR distribuidora, em protesto contra o ICMS dos combustíveis no Estado e os altos custos dos combustíveis praticados pela Petrobras.
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), afirmou que se o movimento durar mais de 24 horas, pode haver desabastecimento em postos.
“Diante do anúncio do Sinditanque-MG que 100% da categoria aderiu à paralisação desta quinta-feira, o Minaspetro informa que apoia o pleito dos caminhoneiros e tem trabalhado junto às autoridades para buscar soluções que reduzam o ICMS dos combustíveis. A avaliação atual é que se o movimento durar mais de 24 horas, é possível que haja desabastecimento em postos que apresentavam estoques mais baixos”, diz a nota.
Apesar do apoio, o Minaspetro ponderou que, “em um momento de forte instabilidade, em que a população já sofre com altos preços e desemprego por causa dos efeitos da pandemia, a realização da greve não é o caminho ideal para a solução do problema”.
O Minaspetro também informou em nota que tem dialogado permanentemente com o governo de Minas Gerais para “buscar alternativas para cessar os aumentos do PMPF – base de cálculo para o tributo –, propondo o congelamento do preço de pauta, como já foi realizado por alguns Estados”.
No domingo (17), grupos de caminhoneiros de diversas categorias anunciaram uma greve a partir de 1º de novembro. Os caminhoneiros reivindicam redução do ICMS para combustíveis, a volta da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao INSS, entre outras coisas.
Ainda segundo o Sinditanque-MG, o movimento também está sendo realizado no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
Com informações-valor econômico