Enquanto a mulher ainda se recuperava no hospital, o suspeito fez visitas diárias para ameaçá-la: ‘Quando você sair daqui, vou terminar de concluir isso’

Jhenipher Sabriny de Oliveira, de 31 anos, convive com o medo e as dores após precisar pular do segundo andar de um prédio para fugir do companheiro, que ameaçava matá-la esfaqueada em Contagem, na Grande BH, há mais de um mês. Se recuperando de três cirurgias devido a queda de sete metros, ela conta que o homem a visitou diariamente no hospital, impedindo que ela tivesse contato com a família. De acordo com a administradora, o agressor é Pablo Henrique de Oliveira Rodrigues, de 32 anos. A Polícia Civil investiga o caso.
“Estávamos juntos há nove anos. Nos conhecemos no bairro e, até um certo momento, foi ótimo. Ele é mecânico e eu administradora, investimos em uma oficina. De um tempo para cá, o dinheiro mudou o jeito dele de pensar na vida. Estava sempre muito nervoso e estourado”, disse em entrevista à Itatiaia nesta quarta-feira (19).
Além das denúncias de agressão da ex-companheira, o mecânico acumula, de 2019 até agora, cinco registros policiais por ameaça, tentativa de homicídio e estelionato.
A administradora conta que, em 12 de fevereiro, Pablo exigiu que ela entregasse a ele R$ 10 mil, que ela acredita que seria usado para comprar droga. Ela concordou em entregar o valor, mas, logo, ele mudou a fisionomia, pegou o kit de facas e disse: ”Vou fazer melhor: vou te matar aqui e nunca mais terei problema com isso’’, lembra a vítima.
“Me sacudia igual vara verde. Pensei: ‘eu vou virar estatística’”, contou. Para tentar ganhar tempo de escapar, Jhenipher chegou a cogitar passar os carros dela para o mecânico. Diante disso, o homem ligou para o irmão para obter os dados que seriam usados para a transferência dos veículos sem levantar suspeita. “Acredito que o crime foi premeditado. Ele precisava é de um motivo”, contou.
Clique no botão para entrar na comunidade do Só Notícias Online no Whatsapp
Na sequência, Pablo teria percebido que uma vizinha do bloco ao lado estava gritando. Desconfiado, ele enrolou a faca em um pano e disse que ia verificar, continuando a ameaçar Jhenipher. Em um minuto de distração, a vítima se jogou em direção da janela do segundo andar. “Eu pensei: se eu ficar, eu vou morrer. A fé que me deu coragem. Orei e pedi para que, se eu não tivesse um propósito na Terra, para Ele me salvar”, acrescentou. E, assim, ela caiu e fraturou dois pés, a bacia, o fêmur e os punhos.
Ameaças no hospital
Ainda conforme a administradora, a violência no dia 12 continuou mesmo após a queda. Sem conseguir se levantar, ela pediu socorro aos vizinhos. Mas o homem se aproximou e disse que iria levá-la a uma unidade de saúde de atendimento, sob ameaça de matar ela e a família. “Quando eu caí, comecei a pedir ajuda. Achei que ele ia matar, mas ele voltou. Apareceu muita gente! Gritei ‘Não me leva, ele tem uma faca’. As pessoas acharam que eu estava alucinado devido à queda”, lembrou.